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O que Ă© isso?Linguagem clara ou Linguagem simples Ă© uma tradução do termo em inglĂȘs Plain Language. Esta linguagem contĂ©m um conjunto de prĂĄticas que facilitam a compreensĂŁo de textos. Leva em consideração o pĂșblico alvo do texto e a partir dele busca identificar e organizar palavras, frases, organização de ideias e outros elementos da comunicação.
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Para que serve?Seu principal objetivo Ă© que o leitor encontre rapidamente a informação que precisa, consiga entender o que foi encontrado e faça uso dela com facilidade. O uso desta linguagem traz com ela o princĂpio do esclarecimento, que Ă© o direito que todos nĂłs temos de entender informaçÔes que regem o nosso dia-a-dia.
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Por que isso Ă© importante?Quando lemos alguma coisa, o mais importante Ă© que tenhamos entendimento sobre o que estamos lendo. InformaçÔes confusas atrapalham a comunicação. Fora da organização ela dificulta que o cliente possa entender de fato o serviço a ser consumido e com isso tomar a decisĂŁo de desistir dele ou nem mesmo querer conhecĂȘ-lo. Dentro da organização pode prejudicar o fluxo de trabalho entre funcionĂĄrios, colaboradores, fornecedores entre outros. Quando conseguimos encontrar as informaçÔes que procuramos, de forma fĂĄcil e simples, e estas sĂŁo entendidas quase que imediatamente, economizamos tempo e dinheiro, melhoramos nosso engajamento e as relaçÔes de confiança. Uma organização trabalha fortemente com tomadas de decisĂŁo e caso as informaçÔes nĂŁo estejam claras muitos prejuĂzos podem ocorrer.
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Como e onde isso começou?Na dĂ©cada de 70 em sociedades de lĂngua inglesa. Ganhou impulso porque teve apoio de associaçÔes de defesa do consumidor, funcionĂĄrios pĂșblicos e pessoas da ĂĄrea do Direito. Mesmo nĂŁo tendo um padrĂŁo no inĂcio, o movimento foi se espalhando devido a percepção de sua importĂąncia. Mas tarde, o pesquisador Martin Cutts reuniu no livro Oxford Guide to Plain English (https://www.pdfdrive.com/oxford-guide-to-plain-english-e181682005.html) 25 principais diretrizes que dĂŁo clareza a um texto, dentre elas, o uso de palavras que podem ser entendidas pelo seu leitor, a criação e uso de um estilo para textos, o nĂŁo uso de palavras excessivas, a preferĂȘncia pelo discurso direto, a organização do texto em tĂłpicos/assuntos, o pensamento da organização das informaçÔes pelo seu nĂvel de importĂąncia e uso, o nĂŁo uso abusivo de referĂȘncias cruzadas entre outros.
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Quem mantĂ©m?Existem no mundo atualmente trĂȘs organizaçÔes que cuidam deste tema: A Clarity (https://clarity-international.net/), a Centre for Plain Language (https://centerforplainlanguage.org/) e a Plain Language Association International (https://plainlanguagenetwork.org/). Todas regidas por uma federação (https://www.iplfederation.org/) que organiza os padrĂ”es da Linguagem Clara. Estas organizaçÔes reĂșnem esforços em torno da manutenção destes padrĂ”es, certificaçÔes e treinamentos, divulgação e produção de textos sobre o assunto e realização de congressos.
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Como estĂĄ isso no Brasil?Aqui no Brasil tivemos diversas iniciativas. A maioria ligada a Governo EletrĂŽnico. Tudo começa por volta de setembro de 2000 quando o MinistĂ©rio da CiĂȘncia e Tecnologia lança o Livro Verde. No capĂtulo Governo ao Alcance de Todos, o uso de jargĂŁo na prestação de serviços pĂșblicos jĂĄ era criticado. Em 2002, o governo federal estruturou diretrizes para seus websites, indicando que deveriam ser de fĂĄcil legibilidade. Em 2005, o Departamento de Governo EletrĂŽnico lançou o eMAG - Modelo de Acessibilidade em Governo EletrĂŽnico. Dois anos depois, este se tornou obrigatĂłrio em todos os ambientes do governo brasileiro na internet. Este guia segue as orientaçÔes de padrĂ”es para a web em todo o mundo. Em 2010, foi publicada a Cartilha de Usabilidade com recomendaçÔes de boas prĂĄticas na apresentação de informaçÔes em interfaces digitais. Entre as sete diretrizes de usabilidade em governo eletrĂŽnico, a diretriz âRedaçãoâ diz que o site deve âfalarâ a lĂngua das pessoas, com palavras, frases e conceitos familiares e o texto deve ser objetivo. Em 2012, chega a Lei de Acesso Ă Informação (LAI) que se torna o marco mais importante para a transparĂȘncia de dados governamentais. O Artigo 5Âș diz que Ă© dever do Estado garantir o direito de acesso Ă informação, que serĂĄ franqueada, mediante procedimentos objetivos e ĂĄgeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fĂĄcil compreensĂŁo. Podemos citar ainda a Cartilha de Redação Web que faz parte dos PadrĂ”es Brasil e-Gov do Programa de Governo EletrĂŽnico do Governo Federal e o Guia de OrientaçÔes para Adoção de Linguagem Clara (SĂŁo Paulo, 2016) que foi criado com apoio do Reino Unido.
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O que fazer na minha organização?Definir padrÔes e pråticas de Linguagem Clara na sua organização pode ser um começo. Existem diversos materiais que podem ser utilizados para isso, assim como o apoio de profissionais especializados. Formar pessoas para que estas pråticas sejam interiorizadas e colocadas no dia-a-dia de todos na organização também se faz necessårio. Desenvolver / utilizar ferramentas que possam apoiar o uso e aplicação destas diretrizes nos mais diversos vetores de transmissão de informação como sistemas, sites, documentos, comunicação interna, entre outros. Organizar informaçÔes dentro dos mais diversos repositórios de informação da organização jå utilizando diretrizes desta linguagem.
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